quarta-feira, 23 de março de 2011

Justino, o retirante - Odette de Barros Mott

Justino é um menino de 12 anos, tem um cachorro chamado Pitó e um pai morto. O dono das terras, mais conhecido como patrão, cujo o nome era Juvêncio, pediu para que o menino e a mãe saissem da sua casa, porque ele queria colocar o gado bem aonde o Justino morava. Juvêncio ofereceu outra casa para os dois morarem, mas como a casa que o patrão ofereceu era sem teto, Justino decidiu morar na casa do padrinho. E no momento em que ele e a mãe doente iriam se mudar, ela morre no meio do caminho. O menino decide fugir porque nao aguentaria ver gado nas terras que seu pai cultivou. Então leva o cachorro, o papagaio e as santas de sua mãe.
Ele tinha uma grande preocupação de que se iria encontrar os retirantes. O padrinho, percebendo que Justino tinha ido embora achou melhor avisar o patrão. E com essa notícia Juvêncio ficou bravo. Em busca dos retirantes, Justino deixa o papagaio em um galho no meio da estrada. Continuando seu caminho, ele acha um grupo de retirantes que ao ouvirem que o menino estava sozinho, uma senhora decidiu levar ele com o grupo. O menino logo fez amizade com um velho cego chamado Chico. Os dois ficaram juntos como bons amigos, um conta história para o outro, e assim por diante. Os retirantes queriam chegar até uma cidade chamada São Francisco de Candidé. Chegaram em outra cidade.
Croibeiro, era uma cidade onde se abrigavam a maioria dos retirantes. Muitos deles vinham com doenças. O cego e o menino decidem ir para a cidade, pois o campo não agradava. Chegando na cidade o velho sente o cheiro de comida e vai direto em uma feira onde iria tocar sua viola e cantar em troca de algum dinheiro. Os dois comem e vão em direção da cidade onde dormiriam, em baixo de uma ponte. Com Chico cantando todo dia os dois conseguiam comer um pouco. Um dia o cego mando Justino ir até a feira comprar farinha, mas como o menino não sabia o que fazer deixou um estranho contar as moedas para ele. Justino foi assaltado, e no mesmo momento todos tentaram ajudar. Uma mulher oferece um emprego pro Justino. Um emprego como carregador de sacolas. A mulher se chamava dona Severina e era dona de um pensão. O menino não era de tomar decisões ele se acostumou a ser guiado pelos outros e não acreditava em nada do que estava acontecendo com ele. Nunca tinha chegado a pensar que algum dia veria uma cidade e imaginava porque os pais falecidos dele nunca contaram sobre uma cidade para o menino e porque nunca vieram morar em uma cidade.
O menino tinha bicho-de-pé. Chico cego tinha o costume de cantar músicas tristes. Mas um dia ele resolveu cantar músicas mais alegres. Outro dia vem e o menino continua trabalhando para a Dona Severina, varre, limpa, carrega certos, enfim faz um pouco de tudo em troca de alimento e uma boa conversa. Teve um dia que dona Severina ficou meio doente porque soube que o rio que ficava em baixo da ponte onde Justino e Chico moravam iria subir. Então os donos de outras pensões resolveram ajudar, dizendo que tinha um lugar que podia ser consertado, e se tornaria um exelente lugar para os dois retirantes viverem.
Um dia outro retirante encontrou o cego e lhe disse que tinha um "padim" que curava os cegos. Chico então, acreditando em cada palavra, achava que esse "padim" seria a solução de um grande problema. Justino não sabia ler e nem contar o dinheiro que tinha, mas, a dona Severina estava ajudando o menino com isso. Chico toca a violinha o que sente por ser cego, esse é o motivo de ele sempre tocar músicas tristes. Assim que a mulher ofereceu a casinha para que o cego morasse com o menino, Chico recusou disse que ele tinha que ir atrás do tal que fazia milagres, que curava os cegos.
Uma manhã quando o menino sai para trabalhar, o Chico lhe entrega a faca que costumava praparar o seu fumo. Não diz nada ao menino que pretendeia fugir com o outro retirante para ver o "padim". Então quando o menino sai para fazer compras com dona Severina percebe que está faltando música, então nota a ausência do cego. Notando a tristeza do garoto, ela o leva para casa e explica que o cego foi atrás de sua vista.
Um hóspede da pensão de dona Severina, escreveu o endereço em um papel, mas Justino não sabia ler e nem escrever o próprio nome! O hóspede então fala que ele precisa ir para a escola senão Justino não poderia ser eleitor. O menino decide então pedir para que fosse pra escola. A boa senhora o deixa ir para a escola. Ele vai, corta o cabelo, se arruma e vai para a escola para falar com o diretor para garantir sua vaga. no dia 1 de fevereiro ele vai a escola e por isso dona Severina quer comprar calças e camisetas para o menino ir limpo para a escola.
Chico havia sido enganado pelo retirante. Ele sentiu como se tivesse se cegado por uma segunda vez.
Passaram 3 anos. Justino tinha 16 anos agora. Aprendeu a ler e a escrever. Pela sua capacidade de estudos fez 2 anos de escola em um ano só! Dona Severina tinha um irmão que ficou viúvo. Justino, dona Severina e o irmão dela voltaram para a seca. Foram até a pensão do seu Dito, a pensão do irmão da Severina. Um certo tempo se passou, Justino ja tinha colegas adultos na escola. Não tinham mais nenhum tipo de informação a respeito do Chico.
Justino, então recebeu o diploma da escola, e os amigos e o diretor presenciaram esse momento. Vendo o povo no teatro se emocionou porque aquele era um povo que lutava, que defendiam seus direitos e que eram humildes. A mensagem que ele passou penetrou profundamente nas vidas das pessoas ali presentes.

Nome dos personagens:

TIÃO: padrinho do menino
NHANA: madinha do menino
TONICO: o guia do primeiro grupo de retirantes
CHICO: retirante cego
PITÓ: cachorro dop menino
JUVÊNCIO: patrão/chefe das terras onde o menino morava
SEVERINA: mulher dona de uma pensão
DONATO: açogueiro
TINOCO: vizinho da severina
VENTURINO: retirante que enganou o chico sobre o cara que fazia milagres